PLENITUDE E DOR
Para todos os lados que olho, que ouço, que falo Há ausências, que coração infiel de tanto apego e necessidade Que traz a falta, imagem das coisas que não mais estão lá No fim da morna tarde em que não há jeito de tocar o passado O sorriso, coisa de dentro, ave solitária de um horizonte Memoria, a velha e esquecida estante em um canto frio Velhos extintos prazeres, dias de pura devoção e vida Agora o silêncio é chuva que molha a face Ocultando as sentidas lagrimas das ausências Aqueles que não voltam por escolha ou tragédia A vida nada nos tira senão o que deixamos partir Saber que não há destino, carma ou merecimento Que muitos partem querendo ficar Que muitos decidem ir embora Que em tantos a vida se ausenta e não podem aqui estar Que o coração que se apega não deve chorar a maldade Que sabendo gostar sabe que está só Que todo o amor é de um só Que sozinho navega Que infeliz depende Do bater de um outro coração O peso e o preço por amar um outro De tantos que por ai caminham sem sabe