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Mostrando postagens de 2022

VIOLADOS

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  Um dia Quando fui ferido Violado Eu não chorei, não sabia chorar Inocência e ingenuidade Mãos que sabiam o que faziam Tocavam em mim, confiança De quem não sabia a diferença Entre confiança e traição Um dia Perguntei, tentei, pensei, quis saber   Onde estavam os que amavam Que diziam proteger Percebi Crenças morrem cedo E sabemos que estamos sós Não enxugue a lagrima que virá Impeça-a de cair Quando fui ferido Violado Perdão não nasceu mais, virou eterna desconfiança Onde o amor iria nascer pleno, florescer O ódio fez morada junto E nunca mais partiu...

SENDO SÓ...ESTRELA

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  Se sendo só Sou tantos Além de todos Entre tantos Sou só Um vento de açoite Estrela que brilha entre nuvens Um diamante oculto Dos olhos que invejam Dos tolos que temem O que mais belo é A amordaçada voz As algemadas mãos Uma pura joia Entre rochas De egoístas e arrogantes Um pássaro que voa Além do chão prisioneiro Um olhar fechado é Também sonhador fica Ninguém uma alma prende Liberta é Liberta nasceu Se sou só Entretanto Sou só Além de todos Importa não ser só Estrelas Tem sempre brilho próprio Precisam de toda luz não Nascem luz Eternas são Só sendo brilho E eternidade...

FANTASMAS

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  As horas passam, ouvindo o som que a vida faz Dos escombros de coisas esquecidas e enterradas há tempos Vem fantasmas de coisas não esquecidas de fato Os sons penetram a alma, acordando tempestades e ventos Ah, meu deus, como os sons trazem fantasmas Como acordam sentimentos sepultados em um adeus Aquele que nunca fora dito, a boca não podia falar Implorava, em seu silêncio por um novo momento Que no dia nascido seria tudo um engano Mas, o engano era acreditar Que uma vez morto um amor ele poderia das cinzas de saudades Retornar e trazer risos e abraços Ah, triste ilusão que da morte ainda pode haver alguma vida Quando sepultada uma paixão é Os fantasmas vem em noites solitárias clamar pela saudade Eles se alimentam da falta que faz um amor verdadeiro Não se saciam com lágrimas, desesperos e gritos ao vento Se fartam em ver-te de joelhos Em sentir teu pranto quente ao tentar adormecer Nas lagrimas que derramas em banhos e silêncios Deliciam-se

SENTIDOS

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  Não tenho ouvidos pra entender o vento Não tenho olhos para ver um sentimento Nem paladar para sentir o gosto de uma ilusão Nem sentidos pra pressentir traições Nem estrutura para viver só Que bom seria ser ilha Ser dono de si mesmo Sem um coração que possa ser ferido Um orgulho que possa ser humilhado Ser pedra e não flor Ter imunidade a dor Não temer a perda dos que amei Pois esta dor, tão angustiante mazela Arranca pedaços, faz feridas, impossíveis cicatrizes Não tenho sentidos para ser proteção Se exposto ao desamor sou ruina e abandono E frágil fui feito assim Covarde dependente ansiando gargalhar Mas sendo feito lagrima fria Carne que deseja e queima Exposto aos ventos e chuvas fartas Rebelo-me E não amando mais, nem demais Sou liberdade...

PROFUNDIDADE

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Eu quis ir fundo, aprofundar-me, perder a razão, alucinar Um voo cego em céus escuros, rasgando tempestades Desafiando vontades, corrompendo desejos, mentindo necessidades Desrespeitei meu sangue, feri, menti, alucinei Eu quis mergulhar O mais profundo que se pode sonhar Ansiei a pele, verti vertigens, achava eterno Mas O horizonte tão distante e frio As mãos não podiam mais tocar Ousei sentir falta, a dor de depender sorrir A escravidão de precisar confiar A prisão de necessitar  Escravo de gostar, dependente de amar Ignorei avisos, armadilhas enfrentei desarmado Quis ir além, sentir tudo, ver segredos Mas O preço era alto mas ousei, paguei com lagrimas e dor Decepções tantas, eu ainda não sabia então Que viver é sobreviver, se poupar necessidade Confiar, armadilha e conforto Esperanças, sementes que não vingam mas trazem alívios Quis ir mais fundo, escarnecendo avisos e conselhos Quis ir além, em vasto mar me perdi Entendi, nunca mais ser novamente eu mesmo. Nunca mais Eu seria Eu me

TEATRO

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  Um dia, um diário, dos dias que vividos são Com lágrimas, sangue e dores será escrito Nas páginas do livro da sobrevivência O que devia ser escrito ali, nas páginas dos dias já vividos? As intermináveis rotinas que aprisionam As surpresas que não surpreendem Os começos, os meios e os fins E quando nada se crê poder falar de novo E quando tudo é resignado silêncio O que resta para se dizer na noite vazia Quando repousa a mente cansada de se conformar No escuro quarto de sua própria solidão O que falara o silêncio em sua quietude complacente O que diz o vento que sereno acaricia um rosto em pranto Tudo se ouviria, se soubesse escutar, tanto mais entender Diz de tudo falar, a tudo responder, a tudo representar Uma doce mentira que ilude, uma verdade que agoniza em si Querendo apaziguar o desassossego da luta nas mentes jovens Mas, o vazio deseja a ser preenchido pelo existir Para sentir-se cheio e ter consistência De algo solido e real necessita, precisa de sua farsa Como a fé precisa d

PLENITUDE E DOR

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Para todos os lados que olho, que ouço, que falo Há ausências, que coração infiel de tanto apego e necessidade Que traz a falta, imagem das coisas que não mais estão lá No fim da morna tarde em que não há jeito de tocar o passado O sorriso, coisa de dentro, ave solitária de um horizonte Memoria, a velha e esquecida estante em um canto frio Velhos extintos prazeres, dias de pura devoção e vida Agora o silêncio é chuva que molha a face Ocultando as sentidas lagrimas das ausências Aqueles que não voltam por escolha ou tragédia A vida nada nos tira senão o que deixamos partir Saber que não há destino, carma ou merecimento Que muitos partem querendo ficar Que muitos decidem ir embora Que em tantos a vida se ausenta e não podem aqui estar Que o coração que se apega não deve chorar a maldade Que sabendo gostar sabe que está só Que todo o amor é de um só Que sozinho navega Que infeliz depende Do bater de um outro coração O peso e o preço por amar um outro De tantos que por ai caminham sem sabe

TODA ALMA TEM ASAS...

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  Eu que me oculto, em mim mesmo preso eu vivo Sendo armadura contra a coisa que machuca A confiança ferida nas coisas que se crê Lá fora, sorrisos e abraços, cantos e promessas A verdade nascida da mentira insistida Onde a vida vive também se crê morrer vivendo Um dia desejo e paixão, noutros repugnância e abandono A face no espelho que não se olha Com medo de não mais se reconhecer Eu que vejo pelos olhos meus, como que em outros vendo Falo com a voz minha coisas que não ouso dizer Atuar, interpretar, fingir a felicidade que não nasceu ainda Que sendo mero e rápido acaso enfim morreu jovem Quando nas noites que findam se vê diante do que se é Tentando entender o que foi feito injusto e mal feito Implorando pela justiça de seu inexistente merecimento Que lhe venha conceder em prêmio dias de alegrias Sabendo quantas estrelas vivem brilhos falsos e inventados Que muitas luzes são ilusões plantadas pelo caminho Que toda estrada também leva a becos sem saída Que seu corpo amado e protegid

PONHA UM SORRISO...

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  Ponha um sorriso em teu rosto Lá fora a tempestade, raios, escuridão e medo Cá dentro um coração que adormecido sonha rever Um guerreiro coração que vivente mesmo em tantas cicatrizes Sonha rever tudo que amou, coisas que o esquecimento ocultou Mas que viventes em insones noites vem assaltar a paz Ponha um sorriso em tua face de lágrima Oculta o tremor de saudades antigas e insistentes Disfarce no andar oscilante por caminhos desconhecidos Se na desilusão o corpo presente se fez ausente O doce néctar de um doce carinho se tornou amargo E ficar só, senão a escolha tornou-se decisão Ponha um sorriso em seu rosto Lá fora a cidade, ruas, multidão e tanto frio Teu olhar, fechado enigma, porta fechada de um mundo Aquele lugar onde vivem as coisas que amou Guardadas com fervor, até com ardor Rostos, lábios, frases, começos, fins e até esperanças Ponha um sorriso em teu rosto O dia não tarda a amanhecer, só mais um, martírio ou oportunidade Você não sabe dizer, que o pranto virá é certo Se v

ESPIRITOS LIVRES

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  E vamos nos levantar Em cada pedra do caminho que for plantada Em cada não entendida ofensa, toda triste violência A tudo que ceifa a tão preciosa inocência A cada mão infeliz que se ergue em agressão A cada porta fechada pela pele e pela identidade A cada voz amordaçada em gritar o abuso E vamos nos levantar Contra as verdades únicas e intolerantes das mídias Contra não ser o que se é para agradar covardes Contra se calar ante hipócritas corretas politicas Contra ocultar insatisfação para felicidade dos tolos Contra modismos só para se encaixar e ser parte Contra ouvir o que não se quer ouvir E vamos nos levantar Porque caídos somos presa fácil aos inimigos Aqueles que se dizem amigos e benfeitores Na pele de pastores e defensores buscando nosso ouro Querem nosso brilho, nossa luz, nossa capacidade de ser Nos seguindo em busca das quedas e não das vitórias Em acreditar somos fáceis de manipular E vamos nos levantar Contra a tristeza plantada em nós Contra as necessidades que nos imp